quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Bia

Sempre soube, qual o destino de Mauro.
Mas lembrava que “quando se acerta o alvo
Se erra todo o resto.”
O resto é o que nos torna...

Bia

Poderia...
Se não estivesse muito ocupada morrendo.

-

Pedro ontem pegou em suas mãos e teve esperança.

Mauro e Bia

Eram heróis. Os mais simples que já conheci.
Juntos estavam destinados a salvar o mundo. Mas sem saber como, se podavam.
Estavam um no outro, assim como o sal melhora o doce.
Ele pensava no sul e ela sabia que deveria deixá-lo seguir seu destino, mas mantinha aceso o farol, para um dia guiá-lo de volta para casa.
Quase se tocaram e ela foi embora, sem dizer uma só palavra, mais uma vez.

Mauro e Eloiza

Se viram, como da primeira vez. Como quem revive um sonho.
Mauro disse que estava com o semblante bonito, ela quis dizer o mesmo.
Tinha certeza agora que o amava, como antes.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Bia

Sentia falta de Wilson e já não pensava mais em agulhas. Continuava a bater os calcanhares.
Queria sonhar como há vinte anos. Escassos pesadelos a afligiam então.
Era hora, sentia-se lutando, sem saber o motivo de manter-se viva.
Tentava aprender a deletar.
Quantas vezes um humano pode morrer? Quantos sonhos precisamos ter, para nos mantermos vivos? Já não tinha muitos.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Liza

De certas coisas nunca nos recuperamos, disso não tinha dúvida. Preferia ter perdido a vida, do que o filho, pensava nisso quinzenalmente e fazia de conta que sabia respirar, como se só fosse água, o que lhe escorria por trás dos óculos escuros.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Bia e Eloiza

Um dia se encontraram por acaso e quase se reconheceram
Bia fazia de conta que não era inteligente, queria que pensassem que era como as outras pessoas. Mas sua idéia de uma conversa normal era apenas não mencionar Kandinsky, Darwin, política ou filosofia e tentava fazer isso sempre que podia.