sexta-feira, 22 de junho de 2007

Fragmentos (a partir de 1996)

Para não dizerem que não postei... Aqui vai uma partezinha da minha adolescência e conseqüentemente muitos poemas ruins:

Que o amor impuro de seus olhos
arda eternamente,
nesta fervorosa manhã
que você mesmo sente.

Que o amor eterno de seus lábios
seja grato,
pelo amor dos meus.

Que tudo o que é vida
sobreviva eternamente,
pela simples razão
de viver.

Que por fim reste
apenas a esperança e glória
de um renascer sombrio,
entre a terra e o sol.

Que haja vida no amor
de seus olhos,
sem vida.

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Ah; se eles soubessem que não sonham...
Será que faria diferença?

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Fecha a janela e se esconde
do mundo
enquanto ainda pode.
Depois dos lobos chegarem
será tarde,
tarde demais!

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Fronteiras, vertigens, barreiras
sem limites
sem nenhum limite.

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A verdade não está lá fora.


(Está em mim, em você e em alguns outros. Infelizmente não em todos; não em todos os outros)

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Hoje senti, de novo,
cheiro de alecrim
sem haver nenhuma flor
por perto.

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Entre metáforas e sonhos
fez-se o brilho intenso
da manhã
estampado em seu sorriso.
Saudades
de tempos idos
já não habitam
um coração
que nada ama
mais.

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Vivendo num mundo
descontinuo
meio devaneio
meio sonho

Enjaulada
por grades invisíveis,
feitas de éter
e desejos

Sentimentos
engavetados
como se não fossem

Palavras,
Com o girar do mundo
com o clico da História
com lembranças,
dias que já eram.

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Thank you for…
Clean air,
white roses
and happy thoughts

Because if life was only about those things, nothing could go wrong.


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Com o girar do mundo
com o clico da História
com a tristeza da espécie
com o pecado dos sonhos
me choco

Com o bater das asas
com o cantar das aves
me enrosco
com os galhos das árvores
com o tecer da agulha

Me abro
com o olhar mais puro
com a tinta no papel
com o beijos mais ingênuo
com vontade absoluta

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Sou apenas uma garota, tentando acreditar que pelo que está lá fora vale a pena se travar uma luta.

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Por que é que só lembramos das madrugadas frias?

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Eu vejo minha felicidade
em teus olhos,
mas não apenas refletida,
vejo lá dentro, pois tudo o que é
‘de mim’
pertence à eles (aos teus olhos)
Tudo o que sou
já é você
Tudo o que penso
é sua mente...
O que respiro
é seu cheiro,
que de tanto entrar em mim
já sou eu
E tudo o que quero
é nós dois.

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A partir do momento em que passa a existir “nós” e “eles” já não é mais possível que todos sejam “um só”

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Os sorrisos passam....
(ou a vida passa)
como mil metáforas ambulantes
que no amor perjuram
o tempo todo.

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Sombras de árvores
olhares de ontem escondidos
na imensa relva da manhã...
Hoje me perduram
os sonhos recolhidos
sobre os braços do amanhã.

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Mais uma página em branco...
Mais um dia de escuridão de mim.
Mais uma dor, bem antiga...
Mais lágrimas de amor.

Tudo gira e nada anda
Tudo igual
Por que?

Chorei e volto a chorar
Sorri mas não vejo
a alegria voltar.
Sonhei e vi tudo, tudo
acabar.

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Solta no vento
canto e encanto
mas dentro, lá dentro
de mim
me prendo

Sinto o soar do tempo
que para, vai e volta
só para me fazer
sorrir

A vida passa a ter
um sentido novo

Eu passo a ser
mais sobre mim

Você pára de ser
aquele sonho vivo

E eu já não mais vivo
para o seu prazer

Vivo para mim
mas...
‘por mim’ não faz
sentido

Sendo que tudo
o que sou
são outros

Sendo que tudo
o que creio, quero, espero
vem das verdades
dos outros;
pois ainda não tenho
as minhas próprias

Então, derrepente,
o tempo me faz
chorar

Mas o que me escorre
dos olhos
são gotas de um vento
que não quer
cessar

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Diante dos belos
versos
antigos
penso em angustias escritas
Soletro palavras, sem rima,
que na rouquidão
de minha voz
parecem espinhos
no imenso frio da madrugada
Solta com a voz, a dor
fincada em meu peito
por aqueles que não sabem amar
E eu, amante que sou,
finco a tristeza em mim
por não saber perdoar

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Nesta enigmática vida me perco sem saber qual é o caminho, de volta para casa.

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Sem você
procuro o ritmo
por estar sozinho

Os versos vem e vão
como nuvens
flutuando pelo céu

As saudades
como folhas, todas,
soltas pelo ar

O tempo passa
e é preciso imaginar
que um dia, disto tudo
irei renascer

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Lembra das noite de chuva
na praça?
Lembra do asfalto na rua
estreita?
Lembra da lua crescente?

Eu lembro!
E lembro também do sorriso
ardente
que você me deu...

Sinto falta dos tempos idos,
daqueles momentos ainda vividos
diariamente na memória

Sinto falta dos sinos tocando,
do passado passando e
do futuro chegando

Indiferentemente vivo
o presente estático
conhecido apenas
por quem já cansou

Mas... se não estivesse tão ausente
o meu sentir...
Eu não me lembraria...
que existir no passado
é temer o por vir

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Que palco é este
em que vivemos
traçando a vida
com surtos
de uma História
emocional

Que palco é este
que me invade
às prenuncias
de encenar
as linhas e estradas
compridas
da existência humana

Que palco é este
que cresce em mim

Que voz é esta
que brota de mim

Que brilho é este
que não vai e nem vem,
simplesmente fica.

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Te pintei de liquid-paper
e agora estas lá,
sempre presente
mas perceptível ao olhos
de poucos
Sinto muito, meu amor,
mas se te pinto, assim,
é porque cansei de te deixar
em evidência

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Lembranças e sonhos misturados
à gotas de orvalho
ressecadas

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Em teus olhos vejo a paz
da eterna vida
e os distúrbios
do eterno amor

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May death do us apart
or, may death, make of us two
One
But may death do some thing
because life has never done.

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Com o tempo
passam as folhas,
que apressadas
pegam carona
com o vento.
Junto às lembrança
pensamentos e idéias
insistem
em ficar.
À janela conto
os pássaros
que estão a passar
e os cantos
que ainda ei de escutar.
E cantando junto
me ponho a pensar
no sol
que um dia novamente
há de brilhar
sobre esta varanda
na qual vi
meus anos passarem.

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Se hoje vejo, em teus olhos
imagens de mim
não as vejo como são
vistas por ti.
E se as vejo é porque
vejo em ti
um pedaço de mim.
Mesmo não sendo idênticas
as comparo
com as imagens que eu
vejo de ti, refletidas
nos olhos meus.
Pois você, ao meu ver,
é uma das imagens
mais claras, de mim.
Sendo assim me encabulo
ao teu ver
sem perceber
e acabo não conseguindo
dizer que o que
vejo em ti é tão belo
quanto o olhar
da criança que cresce
sem saber
em mim.
Digo apenas então
que me encontro
nos olhares teus
assim como te encontro
nos meus.

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A firmeza infantil
É, de um certo modo,
mais madura do que
a insegurança
adulta.

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Entre beijos, abraços
e apertos de mão
foi marcado um encontro
onde ninguém se encontrou
E com o tempo voaram
as folhas de nossa existência
juvenil, deixando apenas
versos murmurados
entre as estrelas e o sol
ardente, de verões inesquecíveis
para serem lembrados
por aqueles que ali foram
heróis, um dia

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Um país, uma distância
um mar, várias saudades
outras lembrança
e ilusões
Canções decor e salteadas
Emoções jamais esperadas
Onde a lua brilha
fortemente na noite
clara
do sol da meia-noite

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Entre pensamentos,
pensados e provavelmente ditos
por outros,
crio, eu também, o meu mundo.
Com as lembranças
e imagens compartilhadas,
com outros,
sigo a espera de criar
minha próprias imagens.
No entanto
quando fecho os olhos
nada vem...
E no nada procuro
companhias para compartilhar
pensamentos.

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Se o tempo falasse
faltaria tempo
para contar as histórias
Se o mundo parasse
tudo o que eu sinto
não deixaria de existir
Se deixo de estar, hoje,
ao seu lado
é porque o tempo ainda
está a me contar coisas
sobre um mundo que não
pára jamais

Se for numa calda de cometa viajaremos entre as estrela da via-láctea

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O tempo, que passou,
deixou as marcas
de sua erosão, cravadas,
em minha vida
E a cada pôr
de um novo sol
eu me ponho a pensar
na estrada que fica
e em tantas outras
que ainda haverei de atravessar
Enquanto o mundo gira
igualmente sem parar
sigo a longa linha
que ninguém sabe onde vai dar
Atravessando os oceanos
e abrindo corações
vou, eu também, deixando marcas
e tomando as mais diversas
decisões

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Poucas boas pessoas... e tantas outras loucas.

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As pontadas de dor eram como badaladas do relógio do tempo.

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Belas flores
florescem em seus olhos
entre enigmáticos
e singelos sorrisos
Sobre os sorrisos
outros lábios
se põem
Sobre as flores
um novo amor
floresce
Mas...
sobre o novo amor
não digo nada
pois com (o) as flores
ele murcha
e no lugar
do sorriso, floresce
a tristeza

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Os sonhos se misturam nas sombras e com elas se tornam claridade; clareando as idéias, criando um novo dia!

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Nas sombras escrevia palavras,
ainda não ditas,
em folhas marcadas, exatas,
com corretas linha horizontais.
Mas nelas esquecia,
ao descrever o horizonte,
de minha própria vida,
sentimentos e amor.
E se tentasse provar
que o amor existe ou julgasse
possível outros o experimentarem
seria julgada.
Não quis então julgar a vida,
apenas a morte e a paz
dentro desta, para que em mim
permanecesse virgem.
A paz não veio com a morte,
mas com o amor,
mediocremente não podendo prová-lo
morri.

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Em uma folha rabisco
as idéias.
Nesta mesma folha
vejo refletida
a cor as crianças.
A mesma cor
que carrego
em um desenho confuso
oposto ao meu busto.
As mesmas crianças
que deixei ao partir.
As quais nunca vi
e talvez nunca nem fosse ver
mesmo se tivesse permanecido.
Mas as quais sempre carreguei,
com muito orgulho,
no frio ou no calor
estampadas em uma roupa.
Naquela folha,
juntos às idéias,
ficam as lembranças
que nunca tive, nem terei
daquelas doces crianças.
Se estão grandes?
Quem sabe! Talvez
nem mais crianças sejam.
Se estão vivas?
Que os anjos as protejam
E as guardem.
Que reste ao menos uma
para pintar as idéias
em um muro qualquer.
E que quando, por este muro,
passar um poeta
nele se crave a cor
das crianças.
E se este for mais ousado
que as crave em uma folha qualquer.

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O que são as lembranças se não lágrimas do coração (ou da alma)... ?

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Hoje traço linhas em um papel pálido.
E nestas linhas traço meus sentimentos.
Borrados aqui por lágrimas de tinta.
A tinta se torna sangue, o sangue em dor, a dor em lágrimas, em água que lava, limpa e purifica.

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Pois bem, que seja eterna, mas please que não dure para sempre.

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Tantos sonhos e palavras se foram. Os motivos deram a mão ao tempo... O resto você já sabe, já foi dito.

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O olhar triste mostrou-nos que tudo o que existe vale mais do que ser triste.

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A esperança,
de tanto esperar,
resolveu imitar o canto
e voar

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As pedras já afundaram
na lagoa,
agora, já é tarde
demais para gritar.

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_ Quem é você?
_ Apenas uma criança
brincando de ser poeta.

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Cada lágrima que parte,
de meus olhos,
parte mais um pedaço
de mim.

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A história de um poeta não se faz por fatos, se faz por sonhos.

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O olhar triste se transformou na indiferença das palavras e na solidão de espírito
Tocar o céu?
Alcançar as estrelas?
Nada disto
mais importa
A despedida
afastou os sonhos
de esperança
e união
Grandes passos
fizeram dos meus
pequenos demais
para nós dois
Agora o amor
abençoado
por teus lábios
já não faz tremer
em mim
a sabedoria eterna
da palavras

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Poetas e sonhos se confundem
demasiadamente no infinito
das palavras.
As esperanças, gestos
e pensamentos influem
na estrada rumo à vida.
A vida se transforma
em trechos, vielas e passagens
que fazem acontecer.
O sonhos e os poetas
misturados se fazem
ver e aparecer.
E com eles chegam novos
sonhos, poetas e poemas.

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A vida se divide
E nos becos nos perdemos
sem saída.
A pergunta vem:
_ Por que é que gostamos
de todo o que no faz mal?
Nos viciamos a nos perdemos
nestes vícios e nos amores
impossíveis.
Queria amar e atravessar
o labirinto sem medo
de errar o caminho.
Que a estradas, becos,
avenidas da vida,
por mais que sejam longas,
não espantem a alegria
que trafega nelas.
E que com a alegria
o amor se una,
formando um só,
tornando a vida inteira.

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Chorei bem alto
fiz o mundo ouvir meu pranto
e num desencanto
me abri sem ritmo
E deste ritmo se fez a música
da nossa história
da história de amor
que padeceu sem ritmo
em prantos.
E em prantos, tu, meu amor
se despediu de mais uma dia
de dor
sobre o meu túmulo
E assim as lembrança ficaram
com o ritmo da morte
que desencantada se despediu
de nossa história.

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Há tempo de escrever
de pensar, de ler
de ser e de deixar
acontecer.
Mas me pergunto:
Quando é tempo
de crescer?

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Sabe, vejo uma criança
em um adulto confuso
Que mesmo ainda tento
aquela antiga esperança
se esquece de amar
Deixa o sonho ir
e este se vai...
As vezes até que o sonho
tenta voltar... mas o adulto,
o expulsa, este não quer
sonhar
não acreditando ser
o que é
E assim se torna
outro
A criança se esconde
Assustada, e pergunta:
_ Porque?
Tentando entender
Será que vale a pena
viver sem sonhar?
Ou sonhando, mas
escondido?
‘Será que a vida
é vida e o sonho
pode ser maior?’
Quer tentar?
Me acompanhe

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As faces dos homens, misteriosas,
se tocam, se entrelaçam,
formando outros homens.
Mais fortes e resistentes
do que seus pais.
Logo estes, formam outros,
e, mais outros;
assim a civilização
se faz.

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Caminhando sempre em frente
rumo ao imenso horizonte
no meio da tarde rosada
a solidão me inspirava
Lancei meus olhos para o futuro
era belo mesmo que impuro
Me vi ali pensativo
junto a aquele infinito
Me vi chorando uma dor
pela qual padeceu meu amor
Olhei meu rosto sombrio:
Era confuso e insensato
Como hoje, nada mudou
de fato.

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Suas formas, desenhadas
com a mais pura perfeição
da natureza, faziam o mais
disperso dos homens nota-la.
Era graciosa, linda e bela.


(À flor, violeta, do vasinho da mesa do hotel, Mantovane)

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Subi em uma montanha
para que todos me ouvisse
mas, a montanha era muito alta
e minha voz, lá de baixo,
não ouviram.
Lancei bilhetes, de avião,
para que todos lessem
mas, o vento levou os bilhetes
e não puderam le-los.
Tudo o que fiz foi em vão,
não me deram a mínima atenção
e agora já é tarde.
Já não posso mais gritar,
pois, estou velha,
não posso escrever,
porque não consigo ver.
Sega e surda sento aqui
em um mundo só meu
a espera da morte
que não chega
e torna a vida mais difícil
a cada segundo.
O tempo passa
e agora não posso mais pensar
minha cabeça dói.
Já é tarde preciso ir
me despeso do mundo,
mas, não vou.
Fico lá esquecida, no canto,
como os bilhetes que voaram,
há muito tempo.

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Tinha vontade de escrever
através daquela janela, usando
as estrelas como linha.
Quis ver o sol brilhar
e depois a lua iluminar
a noite escura.
Amei o som das folhas
das árvores e dos belos pássaros
cantando com eles só.
Gostei de sentir seu perfume
e vibrei ao ver o seu rosto:
Era a primeira vez.
Após estes, vieram outros
e mais outros dias.
Com os dias outros
e mais outros rostos.
E com os rostos, uma longa
vida, uma história...

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Caminha pela mata
abre os baços
respira a seiva
pensa na espécie
encontra teu caminho
Dai forças aos sonhos
imaginas o presente
encontra teu lugar
marche em frente
e não se arrependas jamais

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Manchas de sonhos penetram fundo na gente

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