quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

On hold


I grew up in a place where we had to look in the mirror every day and think of every thing we shouldn’t do.

The big castle was full of stars and they, just like the snow flakes, all melted in the summer.
I liked the years we didn’t have summer!

‘As pure as it can be’. That was her go.

No summer and lots of snow flakes to throw in the river.

Emmy


By the time she started fucking him it was September and she didn’t care about he red dress any more.

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Alguns balões vermelhos e frutas cítricas



"Meu passos e minhas mãos se confundem com o ar"*


Olhando caixas penso em tudo o que já usei como alinça


Sou pós-graduada em desencontros


O que sobrou era azul


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*
Ramon Alcântara


quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Salto


E a vida ia seguindo assim.

Consertava as coisas no berro e sabia o caminho, entre os dois apartamentos, de olhos fechados.

Eloiza consegue fazer de conta que o salto-alto não quebrou. Sem dúvida somos muito diferentes.

Terça-feira e mais algumas... Amêndoas...


Era uma terça-feira, não tinha tempestade e nem sol. Era um tempo médio, morno, nublado.
Foi quando me apaixonei mais uma vez. Sim, mais uma, nem a primeira e nem a última.

Paixão a conta-gotas? Era assim que eu via o amor dele.

Eu seguia, sem tatuagem e em camadas. Passos certos e às vezes sem rumo.

Doce de leite e cheiro, às vezes repulsivo, de amêndoas.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

...


O eco da água batendo no chão do banheiro me fazia lembrar a casa da praia.
É difícil imaginar uma vida feita de trovões cor-de-rosa.

(Eu era o peixinho dourado, descascando mais do que a piscina)

Repito que sempre achei estranho o otimismo exagerado de algumas pessoas.
A vida geralmente é uma coleção de tragédias e meia dúzia de alegrias. As histórias começam com "eu nasci..." e isso, por si só, já é uma desgraça. Nasci para virar homem? Ou seria morri?

domingo, 25 de novembro de 2007


"It was the last day of..." (um mês que já não me lembro qual).
O dia da semana parece sempre ser irrelevante nestas horas e as folhas devem sempre cair das árvores. Cena poética-brega, descrita em muito mais do que meia dúzia de livros.
Então que tal uma madrugada quente, de terça-feira, com folhas firmes?

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Eloiza (assim mesmo, sem H)


Eloiza ficou chateada
porque foi a última a saber
que ele ia mudar
para o Rio.

Eloiza chorou
3 dias sem parar,
quando perdeu uma de suas
mais belas lembranças.

Eu não conheço Eloiza
e acho que nem ela
se conhece.

Mas uma coisa eu sei
sobre Eloiza:
Ela não vai atrás dele.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Out



Objetivos de vida:

- Salvar o mundo

- Ir para Cuba

- Comer Pizza na frente da torre de Pisa

- Ir ao Mt Kenya

- Ir em Galapagos

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A vontade de sair daqui tem sido cada vez mais forte... Aliás, forte é uma coisa que tenho tentado ser, em vão.
Queria pular no oceano e nadar... Nadar durante horas. Mas estou no meio das montanhas.
Tenho achado as montanhas cada vez mais idiotas! Antes elas falavam. Agora ficam só me olhando. Acho que elas tem dó de mim. Eu também tenho dó de mim, dó por ter que conviver com grandes massas de terra, que nem se quer falam mais.
Nunca tinha tido raiva delas antes. Mas antes, na maioria das vezes, elas ficavam perto do mar.
Quem deve estar com raiva de mim é ele, por sinal. Nunca mais fui visitar. Não foi por mal, eu juro! Talvez tudo tivesse sido mais difícil, se eu tivesse ido. Ficar longe me fez tentar não lembrar de todas aquelas tardes. Dos pensamentos, da poesia.


O litoral já foi remédio para muita coisa.


quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Set 007


"You stepped out of a dream"

Soft and cosy
Soft and cosy
I think you are

Soft and cosy
Soft and cosy
like a Lollo bar

Soft and cosy
Soft and cosy
My love you are

Soft and cosy
Like a Lollo bar

terça-feira, 28 de agosto de 2007

A.go



O balão vermelho
Sempre sobe
(Procurando sinais de vida
Em países não tão vizinhos assim)

Sempre

Mas, nunca chega
Ao céu

Seu cheiro
Bonito
Não estava mais
Nem na camisa
Nem em mim

(Por favor não me enterre)

Queria subir
Com o balão

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Jul007


O sofá sentou
em mim
fico tão irritada com estas coisas

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Água com textura de elefante me encanta

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sábado, 23 de junho de 2007

Maio / abril / ...007


Ele toca
e eu não reconheço nada
só você

Little pieces of heaven
your smell is like a maze

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Another volta
(do mundo)
e 24 frames
de açúcar invertido

But she said love makes it go round
Love - she said, like a scottish girl (with the accent of some one who gives a damn).
I remember him and the (big) ocean, full of thoughts – the ocean, not him of course -
and… He said that we were kids back then.

And she still loved (with all her heart and that silly white rose – that wasn’t really a rose)… Well, she always was the type that cared.

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No fim a gente é sempre uma bula. “Se fizer direito – se me usar direito - prometo não chorar”

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Ninguém existiu. A única “pessoa” que já existiu foi uma sombra. Uma sombra perfeita, que não se desfaz.
Talvez seja por isso que tantas vezes, me olhando “refletida” no chão, eu quis ser sombra.


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Puma Pêssego



Era uma vez um pumazinho, que gostava de sair para andar e pensar sobre a vida. Então, um certo dia, ele saiu para um passeio. Ele andou, andou e chegou a um lugar que nunca tinha ido antes.
Viu uma árvore com frutos, uns frutos diferentes e percebeu que os frutos eram da mesma cor que ele. Todo mundo sempre tinha falado que ele era diferente, porque ele não tinha a mesma cor que os outros pumas. Mas naquela hora ele achou algo da mesma cor que ele.
De repente ele se lembrou que tinha que voltar para casa. Porque já tinha ido muito longe e sabia que seus pais iam ficar preocupados. Ele correu de volta para a casa, mas não conseguia deixar de pensar naquela árvore.
Então ele criou coragem e foi perguntar, ele tinha que saber o que era aquilo. Os pais dele explicaram que era um pessegueiro, um pessegueiro grande e cheio de pêssegos, mas ao descobrirem que ele tinha ido tão longe, ficaram muito bravos e proibiram ele de sair para andar daquele jeito, tão longe assim.
Ele ficou muito, muito, triste e não conseguia parar de pensar na árvore. Muito tempo se passou e ele ainda não podia ir para longe. A árvore continuava na cabeça dele. Ele nunca ia esquecer daquele caminho. Ele olhava o caminho de longe e lembrava.
Um dia, quando ele completou uma idade um pouco mais madura, pediu de aniversário para que pudesse andar até longe. Então ele foi, seguiu pelo mesmo caminho, respirou fundo e chegou à árvore.
Ele tinha certeza que a árvore era aquela, mas ele não viu fruto nenhum. Não tinham pêssegos e a árvore não tinha folhas. Ele ficou muito triste. Voltou para a casa decepcionado. Se aconchegou num canto , cruzou as patas, colocou a cabeça sobre elas e ficou pensando que os pais dele tinha proibido ele de ir até lá, que agora os frutos tinha acabado e ele nunca mais ia ver nada da mesma cor que ele. Ele ficou tão mal e tão triste que ele começou a tratar os pais mal, toda vez que lembrava desta história.
Até que um certo dia chegou uma prima distante para visitar. Ela vinha de um lugar bem longe, para ver todos os pumas que moravam ali. Percebendo que ele estava triste ela perguntou o motivo e ele contou a longa história do pessegueiro. Então ela disse para ele que tinha andado muito e tinha visto árvores com e sem folha, com e sem fruto. Que sabia que tinham épocas do ano que eram assim: As árvores ficavam sem folhas; mas depois de um tempo elas voltavam tê-las.
Ele se animou e logo que todo mundo foi dormir saiu e foi andando, andando pelo caminho escuro, até o pessegueiro. Chegando lá estava noite, ele encontrou a árvore, mas não dava para ver nada. Então deitou no pé da árvore e esperou o dia clarear.
Quando os primeiros raios de sol bateram nele, ele olhou para cima e viu enormes pêssegos. Exatamente da mesma cor que ele. Ele ficou tão feliz que escalou a árvore correndo e comeu os pêssegos. Levou alguns para casa e deixou na frente de seus pais, que quando acordaram viram os pêssegos e comeram pela primeira vez. A sua mãe, emocionada ao ver aqueles frutos da mesma cor que seu filho, ficou muito feliz.
Então eles resolveram se mudar para perto do pessegueiro e assim eles continuaram vivendo, lá. O pumazinho sempre colhia pêssegos nas épocas de pêssego e dava de presente para seus pais, que comiam felizes. Quando cresceu, anos depois, dava-os de presente para seus filhos - que também tinham cor de pêssego. - E nas épocas em que não tinham pêssegos os filhotes mordiam o nariz do pai, brincando de comer pêssego.


Para o Walter (15/11/2004)

2005, Carlito (2006), 2004...




Fecha a janela e se esconde
do mundo
enquanto ainda pode.
Depois dos lobos chegarem
será tarde,
tarde demais!


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[Sobre Calito Azevedo]


Ele era carioca, usava óculos e tinha o cabelo meio desajeitado... Lembrei das férias em Paquetá; mas o livro na minha mão dizia Galápagos! Hoje, sem querer, associei os dois. Ilhas... A última ilha que fui deve ter sido Ilha Bela – lembro que remei lá e remei hoje, na hidro, também... Mas não é a mesma coisa... Caiaque é muito melhor. – Agora, escrevendo, eu sei que estava errada. A última ilha, na qual estive, foi Florianópolis. Concentração! O cabelo, do moço carioca, está começando a ficar branco; com aquele charme - meio grisalho - de quem tem mais de quarenta... Ele tinha uma certa alegria de quem ainda quer viver mais do que o dobro do que já viveu... Parecia gostar da vida! Acho engraçado isso... Gostar da vida... Nunca entendi como alguém pode gostar.



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Sabe quando o grito fica entalado na garganta e parece que absolutamente nada te faria se sentir melhor? Claro que sim. Quantas vezes já deve ter ouvido que estar vivo significa apenas estar morrendo?
Meu coração tem disparado, de novo, ultimamente. Não sei se é por não suportar a ausência ou a presença de algumas coisas.
Parece ridículo, mas é meio inesperado imaginar que o mundo possa me dar muitas alegrias ainda. Lembrei que “A vida, para mim, não tem qualquer sentido. Ter nascido, estar vivo, ser eu mesmo o centro do Universo em termos de consciência, tudo isso eu sinto apenas como um fascinante, incompreensível e indesvendável mistério.” É lembrei-me disto. E mais uma vez estas palavras me tiram, por completo, qualquer vontade que eu pudesse ter de escrever.

A idéia das páginas me martelava a cabeça. O que poderia escrever para compor as malditas 50 páginas? Pensei em repetir várias vezes a mesma frase... Mas isso não tem nada a ver comigo. ´Isso não me convêm` – sempre achei estranho estas palavras.
Hoje pensei em ir comprar laranjas. Tomar suco, todas as manhãs, deve fazer bem. Lembro que gostava dos dias nos quais tomava café da manhã, na padaria no caminho até o metrô. Ou, às vezes, conseguia tomar um suco na faculdade – verdadeiro milagre, lá laranja é coisa rara.
Não terminei de escrever a música, que comecei ontem, no ônibus. Falava em amar de novo e para variar fiquei sem saber o que dizer sobre o assunto. Não quero amar de novo. Quero apenas continuar amando.
Outro dia vi um filme que tinha muita dança latina. Fiquei com saudades de dançar. Adorava dançar... Costumava pensar que seria difícil viver com alguém que não gostasse. Com os anos fui descobrir que não é. Hoje não posso dizer que a música não faz parte da minha vida, pois quase todo o dia escuto alguma coisa. Mas a dança quase não me acompanha – ou será que sou eu que não a acompanho? Bom; o fato é que aqui praticamente não danço. Será que é isto o que me falta?


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Isso aconteceu no meu prédio antigo. A mulher deve ter achado que eu tinha uns 10 anos a menos. Sem mencionar que sou vegetariana.

31/05/2004

Chego no meu prédio e uma mulher sai da portaria, em direção ao elevador. Até ai nada de estranho. Ela fica lá, esperando comigo, o elevador chegar. Derrepente a mulher começa a falar: "É imagina ele com esta perua-combe. Chegando esta hora... Eu costumava trabalhar com uma menina que vinha do colégio e chegava perguntando se eu tinha feito batata, salada e Bife" Pausa. Fiz cara de "?" e imaginei que ele deveria ser alguém que estava na garagem. Ela continuou: "É toda menina gosta de chegar, esta hora do colégio e comer batata, salada e um bom bife; né?!" Nossa! Menina? Colégio? Bife??? Ele chega, realmente veio da garagem. Ela repete a mesma coisa “Eu estava dizendo para ela que toda menina gosta de chegar, do colégio, a esta hora e comer batata, salada e bife” Ele disse qualquer coisa da qual não me lembro e depois disse que tinha engordado. Ela disse que ele estava bem, bonito. Eu sorri. Ela disse: “Olha, ela riu! Eu sou fã dele; sabia? A fã número 3”. Imaginei que as fãs 1 e 2 deveriam ser a mulher e a filha dele. Ela deveria ser a empregada. Eles saíram do elevador e ela foi dizendo, para ele, que as fãs 1 e 2 eram a mulher e filha dele. Eu continuei com cara de “?”.

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No final do ano passado resolvi marcar uma consulta com um oftalmologista. Uma amiga minha me passou o telefone de profissional que o médico dela recomendou. Liguei. Uma secretaria atendeu. Eu disse: Eu gostaria de marcar uma consulta. Ela perguntou se eu já era paciente, eu disse que não. Ela perguntou se a consulta era de oftalmologia ou de neuro-oftalmologia, explicando que o convênio não cobria consulta do segundo tipo. Eu disse oftalmologia. Ela insistiu: “Tem certeza? Porque se não for depois você vai ter que marcar de novo.” Eu disse que tinha. Ela me perguntou se eu já tinha ido em algum oftalmologista. Eu disse que sim. “Você teve encaminhamento?” Eu: “Não”. Ela: “Então você nunca foi num oftalmologista antes?” Eu : “Já”. Ela: “Quem te encaminhou”. Numa destas eu já tinha me tocado que a mulher não batia muito bem. Eu disse: “Ninguém me encaminhou. Uma amiga minha me passou o telefone. O Médico dela disse que talvez o Dr. Luiz pudesse me ajudar.” Ela perguntou se eu tinha algum problema de visão. Eu expliquei sobre o meu possível problema no quiasma óptico. Ela disse que se fosse consulta de neuro-oftalmologia o convênio não cobria, de novo. Eu mais uma vez disse que não. “Quero uma consulta normal. Se precisar depois marco uma de neuro”. “Mas você vai ter que vir aqui de novo. Se for o caso de neuro”. - Ela insistiu. “Não tem problema. Prefiro que o médico me diga se é preciso”. Ela balbuciou alguma coisa sobre o Dr. Luiz ficar bravo, se ela marcasse um tipo errado de consulta. “E você teve indicação de quem?” Eu juro que tive muita vontade de xingar e bater o telefone na cara dela... Mas pensei ‘Cheguei até aqui. Agora é só agüentar mais um pouco.’ Disse que ninguém. Ela me perguntou se poderia ser no dia 23/12 – ‘quase no Natal’ pensei - , eu disse que não. Então ela marcou para o dia 24/01, as 13:30h. Mas claro que antes de desligar me perguntou se eu tinha mesmo certeza que queria uma consulta normal e se eu nunca tinha ido num oftalmologista antes.
No dia da consulta ela ainda me perguntou se eu era casada, se eu tinha sido encaminhada e depois, mais uma vez, se eu era casada.

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30/05/2004

Sábado... Nunca tinha subido naquele coreto antes! É até estranho pensar que passei por ali tantas vezes e nunca estive realmente ali como ontem.

Noite de jasmim na praça da Liberdade.

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2004, 2005, 2006, Galápagos...








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A camisa azul, jeans, não estava no cabide. Eu só queria pular pela janela. Mas haviam grades.


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Ele pinta, eu o decoro.

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Para tudo existe uma primeira vez e um primeiro amor.

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Os sinais de trânsito são realmente interessantes, pena que os botões não funcionem.

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Chorei, a cortina estava um pouco laranja. Num maio que deveria ser dezembro.

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Segurei o pingente de sol entre os dedos e torci para que o dia nascesse mais cedo. Aquelas pessoas dançando na minha cabeça, não faziam parte da minha realidade, parecia uma cena daqueles filmes da década de 50.
No dia seguinte, antes do filme, perguntei se ele gostava de um escritor. Ele disse que uma vez tinham ido ao banheiro juntos. Achei engraçado. Na saída do cinema trocamos um beijo e minha mão escorregou por seu pescoço. Pensei que não queria esquecer aquela sensação e fiquei triste por pensar que iria. Quis guardar para sempre aquele toque. Aliás, sempre é uma palavra que parece ser uma fixação, atual, minha. Já ele não parece se agradar com a expressão “ para sempre e depois” , embora a tenha criado.
Me senti, de novo, num filme. Enquanto fazia brigadeiro (ontem) de noite, a tv estava ligada no noticiário – que falava sobre furacão na Jamaica e uma possível visita do novo papa ao Brasil – a luz da sala estava apagada e eu só ouvia os comentários dos repórteres enquanto me preocupava em não errar o ponto do doce. Não sei por que achei que deveria escrever isso: Me senti dentro de um filme.

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No último dia do ano recolhi estrelas antes de deitar.

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A luz não apagava. Não apagava e quase comecei a me desesperar. Foi ai que o tempo parou.




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[Uma lembraça de Galápagos p/ Carlito Azevedo]

Tartarugas ou dragões?
Ou os dois?
Seriam os dois?
Tortuguitas gigantes. Sem recheio de morango.
Dragões sem asas. Navio HMS cachorro em rumo aos dragões terrestres...
Excesso de...
Quem era mesmo o escritor? Bom, faz sentido, seja quem for... Pelo menos para mim faz.
O Beagle acordou em Valdivia... Quase perguntei se naquele dia ele latiu muito!
Eu já não me importava com os pássaros. Diante da idéia de tartarugas... Quem é que não gosta de tartarugas?
Tartarugas e elefantes deveriam ser sagrados.
O moço, de cabelo grisalho, riu. Ele deve ter achado graça da minha paixão pelo HMS Beagle... Ah, se ele soubesse sobre o meu vício, por “cashiorros” acho que terias se divertido mais.




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sexta-feira, 22 de junho de 2007

Fragmentos (a partir de 1996)

Para não dizerem que não postei... Aqui vai uma partezinha da minha adolescência e conseqüentemente muitos poemas ruins:

Que o amor impuro de seus olhos
arda eternamente,
nesta fervorosa manhã
que você mesmo sente.

Que o amor eterno de seus lábios
seja grato,
pelo amor dos meus.

Que tudo o que é vida
sobreviva eternamente,
pela simples razão
de viver.

Que por fim reste
apenas a esperança e glória
de um renascer sombrio,
entre a terra e o sol.

Que haja vida no amor
de seus olhos,
sem vida.

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Ah; se eles soubessem que não sonham...
Será que faria diferença?

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Fecha a janela e se esconde
do mundo
enquanto ainda pode.
Depois dos lobos chegarem
será tarde,
tarde demais!

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Fronteiras, vertigens, barreiras
sem limites
sem nenhum limite.

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A verdade não está lá fora.


(Está em mim, em você e em alguns outros. Infelizmente não em todos; não em todos os outros)

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Hoje senti, de novo,
cheiro de alecrim
sem haver nenhuma flor
por perto.

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Entre metáforas e sonhos
fez-se o brilho intenso
da manhã
estampado em seu sorriso.
Saudades
de tempos idos
já não habitam
um coração
que nada ama
mais.

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Vivendo num mundo
descontinuo
meio devaneio
meio sonho

Enjaulada
por grades invisíveis,
feitas de éter
e desejos

Sentimentos
engavetados
como se não fossem

Palavras,
Com o girar do mundo
com o clico da História
com lembranças,
dias que já eram.

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Thank you for…
Clean air,
white roses
and happy thoughts

Because if life was only about those things, nothing could go wrong.


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Com o girar do mundo
com o clico da História
com a tristeza da espécie
com o pecado dos sonhos
me choco

Com o bater das asas
com o cantar das aves
me enrosco
com os galhos das árvores
com o tecer da agulha

Me abro
com o olhar mais puro
com a tinta no papel
com o beijos mais ingênuo
com vontade absoluta

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Sou apenas uma garota, tentando acreditar que pelo que está lá fora vale a pena se travar uma luta.

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Por que é que só lembramos das madrugadas frias?

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Eu vejo minha felicidade
em teus olhos,
mas não apenas refletida,
vejo lá dentro, pois tudo o que é
‘de mim’
pertence à eles (aos teus olhos)
Tudo o que sou
já é você
Tudo o que penso
é sua mente...
O que respiro
é seu cheiro,
que de tanto entrar em mim
já sou eu
E tudo o que quero
é nós dois.

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A partir do momento em que passa a existir “nós” e “eles” já não é mais possível que todos sejam “um só”

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Os sorrisos passam....
(ou a vida passa)
como mil metáforas ambulantes
que no amor perjuram
o tempo todo.

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Sombras de árvores
olhares de ontem escondidos
na imensa relva da manhã...
Hoje me perduram
os sonhos recolhidos
sobre os braços do amanhã.

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Mais uma página em branco...
Mais um dia de escuridão de mim.
Mais uma dor, bem antiga...
Mais lágrimas de amor.

Tudo gira e nada anda
Tudo igual
Por que?

Chorei e volto a chorar
Sorri mas não vejo
a alegria voltar.
Sonhei e vi tudo, tudo
acabar.

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Solta no vento
canto e encanto
mas dentro, lá dentro
de mim
me prendo

Sinto o soar do tempo
que para, vai e volta
só para me fazer
sorrir

A vida passa a ter
um sentido novo

Eu passo a ser
mais sobre mim

Você pára de ser
aquele sonho vivo

E eu já não mais vivo
para o seu prazer

Vivo para mim
mas...
‘por mim’ não faz
sentido

Sendo que tudo
o que sou
são outros

Sendo que tudo
o que creio, quero, espero
vem das verdades
dos outros;
pois ainda não tenho
as minhas próprias

Então, derrepente,
o tempo me faz
chorar

Mas o que me escorre
dos olhos
são gotas de um vento
que não quer
cessar

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Diante dos belos
versos
antigos
penso em angustias escritas
Soletro palavras, sem rima,
que na rouquidão
de minha voz
parecem espinhos
no imenso frio da madrugada
Solta com a voz, a dor
fincada em meu peito
por aqueles que não sabem amar
E eu, amante que sou,
finco a tristeza em mim
por não saber perdoar

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Nesta enigmática vida me perco sem saber qual é o caminho, de volta para casa.

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Sem você
procuro o ritmo
por estar sozinho

Os versos vem e vão
como nuvens
flutuando pelo céu

As saudades
como folhas, todas,
soltas pelo ar

O tempo passa
e é preciso imaginar
que um dia, disto tudo
irei renascer

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Lembra das noite de chuva
na praça?
Lembra do asfalto na rua
estreita?
Lembra da lua crescente?

Eu lembro!
E lembro também do sorriso
ardente
que você me deu...

Sinto falta dos tempos idos,
daqueles momentos ainda vividos
diariamente na memória

Sinto falta dos sinos tocando,
do passado passando e
do futuro chegando

Indiferentemente vivo
o presente estático
conhecido apenas
por quem já cansou

Mas... se não estivesse tão ausente
o meu sentir...
Eu não me lembraria...
que existir no passado
é temer o por vir

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Que palco é este
em que vivemos
traçando a vida
com surtos
de uma História
emocional

Que palco é este
que me invade
às prenuncias
de encenar
as linhas e estradas
compridas
da existência humana

Que palco é este
que cresce em mim

Que voz é esta
que brota de mim

Que brilho é este
que não vai e nem vem,
simplesmente fica.

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Te pintei de liquid-paper
e agora estas lá,
sempre presente
mas perceptível ao olhos
de poucos
Sinto muito, meu amor,
mas se te pinto, assim,
é porque cansei de te deixar
em evidência

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Lembranças e sonhos misturados
à gotas de orvalho
ressecadas

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Em teus olhos vejo a paz
da eterna vida
e os distúrbios
do eterno amor

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May death do us apart
or, may death, make of us two
One
But may death do some thing
because life has never done.

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Com o tempo
passam as folhas,
que apressadas
pegam carona
com o vento.
Junto às lembrança
pensamentos e idéias
insistem
em ficar.
À janela conto
os pássaros
que estão a passar
e os cantos
que ainda ei de escutar.
E cantando junto
me ponho a pensar
no sol
que um dia novamente
há de brilhar
sobre esta varanda
na qual vi
meus anos passarem.

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Se hoje vejo, em teus olhos
imagens de mim
não as vejo como são
vistas por ti.
E se as vejo é porque
vejo em ti
um pedaço de mim.
Mesmo não sendo idênticas
as comparo
com as imagens que eu
vejo de ti, refletidas
nos olhos meus.
Pois você, ao meu ver,
é uma das imagens
mais claras, de mim.
Sendo assim me encabulo
ao teu ver
sem perceber
e acabo não conseguindo
dizer que o que
vejo em ti é tão belo
quanto o olhar
da criança que cresce
sem saber
em mim.
Digo apenas então
que me encontro
nos olhares teus
assim como te encontro
nos meus.

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A firmeza infantil
É, de um certo modo,
mais madura do que
a insegurança
adulta.

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Entre beijos, abraços
e apertos de mão
foi marcado um encontro
onde ninguém se encontrou
E com o tempo voaram
as folhas de nossa existência
juvenil, deixando apenas
versos murmurados
entre as estrelas e o sol
ardente, de verões inesquecíveis
para serem lembrados
por aqueles que ali foram
heróis, um dia

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Um país, uma distância
um mar, várias saudades
outras lembrança
e ilusões
Canções decor e salteadas
Emoções jamais esperadas
Onde a lua brilha
fortemente na noite
clara
do sol da meia-noite

__________________________________

Entre pensamentos,
pensados e provavelmente ditos
por outros,
crio, eu também, o meu mundo.
Com as lembranças
e imagens compartilhadas,
com outros,
sigo a espera de criar
minha próprias imagens.
No entanto
quando fecho os olhos
nada vem...
E no nada procuro
companhias para compartilhar
pensamentos.

__________________________________

Se o tempo falasse
faltaria tempo
para contar as histórias
Se o mundo parasse
tudo o que eu sinto
não deixaria de existir
Se deixo de estar, hoje,
ao seu lado
é porque o tempo ainda
está a me contar coisas
sobre um mundo que não
pára jamais

Se for numa calda de cometa viajaremos entre as estrela da via-láctea

__________________________________

O tempo, que passou,
deixou as marcas
de sua erosão, cravadas,
em minha vida
E a cada pôr
de um novo sol
eu me ponho a pensar
na estrada que fica
e em tantas outras
que ainda haverei de atravessar
Enquanto o mundo gira
igualmente sem parar
sigo a longa linha
que ninguém sabe onde vai dar
Atravessando os oceanos
e abrindo corações
vou, eu também, deixando marcas
e tomando as mais diversas
decisões

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Poucas boas pessoas... e tantas outras loucas.

__________________________________

As pontadas de dor eram como badaladas do relógio do tempo.

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Belas flores
florescem em seus olhos
entre enigmáticos
e singelos sorrisos
Sobre os sorrisos
outros lábios
se põem
Sobre as flores
um novo amor
floresce
Mas...
sobre o novo amor
não digo nada
pois com (o) as flores
ele murcha
e no lugar
do sorriso, floresce
a tristeza

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Os sonhos se misturam nas sombras e com elas se tornam claridade; clareando as idéias, criando um novo dia!

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Nas sombras escrevia palavras,
ainda não ditas,
em folhas marcadas, exatas,
com corretas linha horizontais.
Mas nelas esquecia,
ao descrever o horizonte,
de minha própria vida,
sentimentos e amor.
E se tentasse provar
que o amor existe ou julgasse
possível outros o experimentarem
seria julgada.
Não quis então julgar a vida,
apenas a morte e a paz
dentro desta, para que em mim
permanecesse virgem.
A paz não veio com a morte,
mas com o amor,
mediocremente não podendo prová-lo
morri.

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Em uma folha rabisco
as idéias.
Nesta mesma folha
vejo refletida
a cor as crianças.
A mesma cor
que carrego
em um desenho confuso
oposto ao meu busto.
As mesmas crianças
que deixei ao partir.
As quais nunca vi
e talvez nunca nem fosse ver
mesmo se tivesse permanecido.
Mas as quais sempre carreguei,
com muito orgulho,
no frio ou no calor
estampadas em uma roupa.
Naquela folha,
juntos às idéias,
ficam as lembranças
que nunca tive, nem terei
daquelas doces crianças.
Se estão grandes?
Quem sabe! Talvez
nem mais crianças sejam.
Se estão vivas?
Que os anjos as protejam
E as guardem.
Que reste ao menos uma
para pintar as idéias
em um muro qualquer.
E que quando, por este muro,
passar um poeta
nele se crave a cor
das crianças.
E se este for mais ousado
que as crave em uma folha qualquer.

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O que são as lembranças se não lágrimas do coração (ou da alma)... ?

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Hoje traço linhas em um papel pálido.
E nestas linhas traço meus sentimentos.
Borrados aqui por lágrimas de tinta.
A tinta se torna sangue, o sangue em dor, a dor em lágrimas, em água que lava, limpa e purifica.

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Pois bem, que seja eterna, mas please que não dure para sempre.

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Tantos sonhos e palavras se foram. Os motivos deram a mão ao tempo... O resto você já sabe, já foi dito.

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O olhar triste mostrou-nos que tudo o que existe vale mais do que ser triste.

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A esperança,
de tanto esperar,
resolveu imitar o canto
e voar

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As pedras já afundaram
na lagoa,
agora, já é tarde
demais para gritar.

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_ Quem é você?
_ Apenas uma criança
brincando de ser poeta.

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Cada lágrima que parte,
de meus olhos,
parte mais um pedaço
de mim.

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A história de um poeta não se faz por fatos, se faz por sonhos.

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O olhar triste se transformou na indiferença das palavras e na solidão de espírito
Tocar o céu?
Alcançar as estrelas?
Nada disto
mais importa
A despedida
afastou os sonhos
de esperança
e união
Grandes passos
fizeram dos meus
pequenos demais
para nós dois
Agora o amor
abençoado
por teus lábios
já não faz tremer
em mim
a sabedoria eterna
da palavras

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Poetas e sonhos se confundem
demasiadamente no infinito
das palavras.
As esperanças, gestos
e pensamentos influem
na estrada rumo à vida.
A vida se transforma
em trechos, vielas e passagens
que fazem acontecer.
O sonhos e os poetas
misturados se fazem
ver e aparecer.
E com eles chegam novos
sonhos, poetas e poemas.

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A vida se divide
E nos becos nos perdemos
sem saída.
A pergunta vem:
_ Por que é que gostamos
de todo o que no faz mal?
Nos viciamos a nos perdemos
nestes vícios e nos amores
impossíveis.
Queria amar e atravessar
o labirinto sem medo
de errar o caminho.
Que a estradas, becos,
avenidas da vida,
por mais que sejam longas,
não espantem a alegria
que trafega nelas.
E que com a alegria
o amor se una,
formando um só,
tornando a vida inteira.

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Chorei bem alto
fiz o mundo ouvir meu pranto
e num desencanto
me abri sem ritmo
E deste ritmo se fez a música
da nossa história
da história de amor
que padeceu sem ritmo
em prantos.
E em prantos, tu, meu amor
se despediu de mais uma dia
de dor
sobre o meu túmulo
E assim as lembrança ficaram
com o ritmo da morte
que desencantada se despediu
de nossa história.

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Há tempo de escrever
de pensar, de ler
de ser e de deixar
acontecer.
Mas me pergunto:
Quando é tempo
de crescer?

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Sabe, vejo uma criança
em um adulto confuso
Que mesmo ainda tento
aquela antiga esperança
se esquece de amar
Deixa o sonho ir
e este se vai...
As vezes até que o sonho
tenta voltar... mas o adulto,
o expulsa, este não quer
sonhar
não acreditando ser
o que é
E assim se torna
outro
A criança se esconde
Assustada, e pergunta:
_ Porque?
Tentando entender
Será que vale a pena
viver sem sonhar?
Ou sonhando, mas
escondido?
‘Será que a vida
é vida e o sonho
pode ser maior?’
Quer tentar?
Me acompanhe

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As faces dos homens, misteriosas,
se tocam, se entrelaçam,
formando outros homens.
Mais fortes e resistentes
do que seus pais.
Logo estes, formam outros,
e, mais outros;
assim a civilização
se faz.

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Caminhando sempre em frente
rumo ao imenso horizonte
no meio da tarde rosada
a solidão me inspirava
Lancei meus olhos para o futuro
era belo mesmo que impuro
Me vi ali pensativo
junto a aquele infinito
Me vi chorando uma dor
pela qual padeceu meu amor
Olhei meu rosto sombrio:
Era confuso e insensato
Como hoje, nada mudou
de fato.

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Suas formas, desenhadas
com a mais pura perfeição
da natureza, faziam o mais
disperso dos homens nota-la.
Era graciosa, linda e bela.


(À flor, violeta, do vasinho da mesa do hotel, Mantovane)

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Subi em uma montanha
para que todos me ouvisse
mas, a montanha era muito alta
e minha voz, lá de baixo,
não ouviram.
Lancei bilhetes, de avião,
para que todos lessem
mas, o vento levou os bilhetes
e não puderam le-los.
Tudo o que fiz foi em vão,
não me deram a mínima atenção
e agora já é tarde.
Já não posso mais gritar,
pois, estou velha,
não posso escrever,
porque não consigo ver.
Sega e surda sento aqui
em um mundo só meu
a espera da morte
que não chega
e torna a vida mais difícil
a cada segundo.
O tempo passa
e agora não posso mais pensar
minha cabeça dói.
Já é tarde preciso ir
me despeso do mundo,
mas, não vou.
Fico lá esquecida, no canto,
como os bilhetes que voaram,
há muito tempo.

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Tinha vontade de escrever
através daquela janela, usando
as estrelas como linha.
Quis ver o sol brilhar
e depois a lua iluminar
a noite escura.
Amei o som das folhas
das árvores e dos belos pássaros
cantando com eles só.
Gostei de sentir seu perfume
e vibrei ao ver o seu rosto:
Era a primeira vez.
Após estes, vieram outros
e mais outros dias.
Com os dias outros
e mais outros rostos.
E com os rostos, uma longa
vida, uma história...

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Caminha pela mata
abre os baços
respira a seiva
pensa na espécie
encontra teu caminho
Dai forças aos sonhos
imaginas o presente
encontra teu lugar
marche em frente
e não se arrependas jamais

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Manchas de sonhos penetram fundo na gente

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